25 de mai. de 2008

A QUEIMA ROUPA

Uma arma,
Uma bala,
Um tiro no peito.

A vida vermelha
Fluindo no beco,

Estampa no chão
Um retrato cruel
Da realidade.

Infelizmente a vida
Não imita a arte

E não vale nem mesmo
Um calçado,
Um trocado

Pra quem mata e acaba
Com um sonho que ainda
Nem foi começado
E já terminou.

Mas e o sucesso?
Chegou muito tarde.

No noticiário
Na tela, o retrato
E o nome distinto
E pronunciado:

-Fulano da Silva
Já foi encontrado
Na rua jogado
Fedendo carniça.

Foi mais uma vitima
Da guerra dos homens

Que foi consumido
Pela fome terrível
Do ser "desumano"
Pela crueldade.

Acaba-se o dia
E o noticiário

Continua a vida
De quem por enquanto
Não foi encontrado
Fedendo carniça
Na rua jogado,

E não teve o retrato
Mostrado na tela
Do noticiário.

-Até amanhã.
Espero que tenha
Uma boa noite,
Uma boa sorte,

Uma boa ...Morte?

Um comentário:

Unknown disse...

Nessa você desceu as profundas do inferno. Em algumas das outras poesias você está no céu. Esses altos e baixos, vistos por olhos de poetas, são lindos.

Castelo Hanssen