12 de jun. de 2008

UTOPIA

Aquela estrela é minha
Aquela pequenina na esquina do universo, escondidinha.
Eu que não tenho nada além dos meus chinelos,
Além dos meus poemas, além dos meus anelos,
Sou feliz proprietário de uma estrela, uma que eu inventei
E para vê-la fecho os olhos na hora de sonhar.

Aquela estrela é minha, senhores astronautas
Vagabundos do espaço de ninguém.
Cuidado, ela é frágil assim como os meus versos.
Astrônomos que fuxicai pelo universo,
Se um dia descobrirem esta estrela ela tem nome
Chama-se utopia.

Aquela estrela é minha, Senhor Deus
Que pastoreia as nuvens no infinito,
E que semeias sóis e tempestades.
Não leves a mal a pretensão do poeta,
Mas aquela estrela, inda que fraca é minha.
Não faz parte do elenco dos teus astros.
Eu as fiz com as mãos, os sonhos, com o coração.

Aquela estrela é minha, senhoras e senhores,
E quem quiser passear na minha estrela
Numa tarde qualquer de chuva ou sol
É só me dar as mãos, ser meu amigo,
compreender minhas incompreensões e caminhar comigo.

Mas não repare se de madrugada não houver mais estrelas, nem mais nada.
É que à vezes acordo mal dormido,
Oprimido, um homem, um pingente,
E minha estrela triste vai embora
E só regressa numa nova aurora,
Quando eu volto a ser gente.

Castelo Hanssen

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