9 de jan. de 2010


Contemplação

As flores do campo
se inclinam ao vento
majestade invisível
condutor de aromas
dono de pensamentos.

Já os gira-sóis pesados
no orgulho do seu ouro
dão só atenção ao sol
sorvendo sua riqueza
gratuita de vida acesa.

E no ar da liberdade
voam cantos e insetos
meus olhos perdidos
meus sonhos escapados
de poder ser incontido.

A lagoa amansa inteira
é dia de fazer nada
e ficando toda espelhada
captura de ponta cabeça
tudo além da beirada.

Me pergunto sempre
sou parte integrante daqui?
As flores não se viram
nem deitam para mim.

Talvez me falte luz
talvez me falte espelho
sair da minha cruz
levantar dos joelhos...
Osvaldo Heinze

2 comentários:

Ederson Rocha disse...

Muito bom poeta, continua a falar de flores de forma única!Parabéns.

Edson Bueno de Camargo disse...

Somos todos um pouco Narciso.