Edson Bueno de Camargo
se tudo o que me pedes
é meu olho
ainda quente
sobre a palma rósea
desta mão de luas novas
(e gelo orgânico )
deixa ao menos
que veja o Sol se quebrando
sobre as costas azuis das montanhas
entre frestas rutilantes
das entranhas da luz
desde teus cílios
molhados pelo orvalho
a correr sob as pálpebras
de ágata leitosa
este majestoso fogo
em espectros de infra-vermelho
desta gigante agonizante em tua íris
ah! mãe dos deuses
(das mulheres de ventre de barro e lava ardente)
que me reste agora a escuridão
de antes de ter nascido
do mar salgado de tuas vestes
eis que voltamos sempre
ao lugar que em êxtase e dor
nos gerou
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