24 de mar. de 2008

Navegações

Meu amor é como uma nau
Que errante se lança ao mar
Buscando um porto tranqüilo
Sem idéia de onde vai encontrar

Cruzando com monstros mitológicos
E tempestades que vem brincar
Me levando a portos sólidos
Onde outras naus estão a descansar

A correnteza não é amiga
Vem sempre pra me levar
A terras firmes mais obscuras
Com rios estreitos que não deixam navegar

Alguns portos me vêem pirata
Não permitem a mim ancorar
Esperando por outras naus
Que partiram sem prometer voltar

Muitas vezes encontrei portos
Que por sorte ninguém estava a habitar
Mas que mantinham grandes esforços
Evitando qualquer nau de se aproximar

Por fim caí em desgosto
Que mal Poseydon vim lhe causar?
Pra que estivesse tão disposto
Há por tantas perturbações pra me afrontar

Então numa noite de trevas
Baixei as velas e fui me deitar
Esperando que fosse aquela
A última dança que fosse participar

Mas quando acordei tive de sorrir
Ao ver o mar tão límpido onde fui parar
Com águas tão rasas e azuis
Que me afastaram do desejo de naufragar

Então me vi tão risonho
Pra realizar meu sonho só bastava esperar
Pois meu coração largou a nau e
Construiu um porto pra alguém ancorar.

Marcelino

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