Dia 16 de novembro foi realizada uma leitura de poemas de Roberto Piva no Centro Cultural São Paulo, onde tive o prazer e a honra de ser um dos leitores, de um poeta, que antes de ser apenas um esteta, e foi um muito bom, vivenciou suas palavras, por mais incômodo que isto pudesse causar em estômagos delicados.
A poesia de Piva não é para os salões chiques e desinfetados, e ainda hoje passados muitos anos das suas primeiras publicações ainda causam enjôo naqueles que esperam da poesia florzinhas e coraçõezinhos. A palavra é uma arma desintegradora na mão dos inconformados, “uma metralhadora em estado de graça”; e os poetas que causam engulhos e moléstia, tem o destino certo do esquecimento midiático. Mas nós lembramos. Não esqueceremos.
Estávamos lá, no espaço público, prestando a nossa homenagem, da melhor forma que se pode fazer a um poeta, com a leitura de seus poemas, a recriar em nossas almas, o clima fértil das imagens de trovão e fogo, a retumbar nas estruturas de aço. Sinto que faltaram tambores, para que em uma gira louca recriássemos seu espírito, que como caboclo louco fincasse os pés naquele terreiro, também o poeta, com seus vaticínios apocalípticos, de que a extinção do urso polar precedia a da humanidade e Dante Alighieri já havia previsto isto na Divina Comédia, tudo naquele terreno tornado sagrado e tomado à poesia.
Ali se fizeram presentes os totens da terra, do fogo, da água e do ar. Ali se riscaram as linhas do norte, do sul, do leste e do oeste.
Ali estivemos todos, e digo, é necessário que se repita este ato.
Para arrematar. cometi uma pequena gafe em minha fala ao chamar o Piva de Wila, justo, afinal foi Cláudio Willer que me apresentou Roberto Piva, e se tornaram meus dois grandes mestres. Ato falho segundo Freud é a verdade que aflora do subconsciente.
dia 16 de novembro, das 19h30 às 21h, na Sala Adoniran Barbosa do Centro Cultural São Paulo. )
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