7 de fev. de 2008

EXÍLIO

Desperto com o sol
Nas manhãs tristes.
Verão ou inverno
Não importa.
Longe de casa
Sempre tudo é eterno
E sempre se está longe
De casa
E sempre tudo é
é uma eternidade.
Os momentos são
frios diante deste
estranho sol
Que me olha com
uma piedade quase
que artesanal,
Dessas desenhadas
em pano de
prato e a qual
ninguém dá importância.
Isso também não importa.
Tudo o que importa,
na verdade,
é que estou interrompido
diante da eternidade
perplexa de meu dia-a-dia.
Busco essa emenda,
ignorada emenda...
Onde ela está?
Onde buscá-la?
Não escrevi para que
me leias tu,
Mas pra que me respondas
Onde ela está? Onde buscá-la?
Mas não respondas afinal,
não a mim...
Essa pergunta deve ser
aquietada...
Parece que não sou o único...
Há mais de minha espécie...
Todavia o sol se ri,
Continua frio
e eu longe de casa.
A mesma casa
a qual habito
e da qual nunca me
ausentei...
E a piedade jaz
no tanque a espera de que
a lavem...
E ela nunca é a mesma
depois disso.

Marcus Di Philippi

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