12 de jun. de 2008

ALEGRIA DO POVO

O povo-criança, por ser comportado
Ganhou um presente de pouco valor
Uma bola, uma trave, uma taça, uma faixa
E um grito de gol.

E o povo, coitado, pensou, enganado,
que a rua era sua, que a noite era dia
E gritou, e pulou e berrou e gritou
E bebeu e morreu,no seu jeito triste
de ser alegria.

A tristeza saiu pelas ruas
sentindo alegrias de Carnaval
A fome saiu pelas ruas
comendo fatias de vendaval

A Esperança ficou bem quietinha
virando poesia de Festival.
Esperança em que um dia esse povo
Contente de novo,cantando na rua
(que então será sua),
tenha outros motivos para festejar

Não tema as palavras, não fique calado
Nem grite esse grito,estranho,orquestrado
nem espere mais.

Na noite que é dia
O grito de gol se transforme em Poesia
Em grito de guerra, em cantiga de paz.

Castelo Hanssen

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